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Nova espécie de parasita é descoberta em peixe lambari no Amapá

Pesquisadores da Ueap identificaram organismo inédito no Rio Flexal, próximo a Porto Grande

15/03/2025 às 11h41
Por: Redação
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 Foto: Divulgação/Ueap
Foto: Divulgação/Ueap

Uma nova espécie de parasita foi identificada em peixes da espécie lambari (piaba) por pesquisadores da Universidade do Estado do Amapá (Ueap). O organismo, batizado de Ceratomyxa Tessaloniensis, recebeu esse nome em referência ao local onde foi encontrado: o Rio Flexal, na comunidade Tessalônica, zona rural de Porto Grande, a 111 km de Macapá.

Descoberta inédita

A nova espécie foi detectada durante uma pesquisa de campo. Segundo o biomédico Saturo Cardoso, a análise microscópica e comparações com um banco de dados internacional não identificaram registros semelhantes.

"Havia diferenças na morfologia, tanto no comprimento quanto na largura. Também realizamos uma análise molecular para extrair o DNA do parasita, amplificá-lo e compará-lo com bancos internacionais, sem encontrar similaridades", explicou.

A análise filogenética indicou que a maioria dos organismos do gênero Ceratomyxa são encontrados em águas salgadas, sendo raros os registros em ambientes de água doce.

Apesar de ser um parasita, os pesquisadores não identificaram riscos à saúde humana. "O consumo de pescado na Amazônia é alto, e até o momento, não há registros de doenças associadas a esse parasita", afirmou Cardoso.

Mapeamento do pescado no Amapá

A engenheira de pesca Abthyllane Amaral destacou que, nos últimos anos, já foram identificadas 10 novas espécies de parasitas em peixes no estado. Para 2025, estima-se a descoberta de mais cinco ou seis espécies.

"O estudo dessas novas espécies nos permite entender seus ciclos de vida e evolução, contribuindo para a sanidade do pescado no Amapá", disse Amaral.

O projeto de mapeamento percorreu municípios como Tartarugalzinho, Macapá, Santana, Mazagão, Ferreira Gomes e Calçoene. Nesta última região, por ser uma área de transição entre água doce e salgada, a expectativa é encontrar descobertas significativas.

Desde 2021, a pesquisa tem sido reconhecida internacionalmente e publicada em revistas científicas. "Nosso trabalho não só amplia o conhecimento sobre a biodiversidade local, mas também auxilia na preservação e monitoramento ambiental dos rios do Amapá", concluiu a engenheira.

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