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Sete mortos em ação da PM do Amapá geram polêmica e reações de autoridades

Operação no bairro Pantanal deixou sete mortos e gerou questionamentos sobre a versão oficial; governador determinou investigação rigorosa

05/05/2025 às 10h40 Atualizada em 06/05/2025 às 13h38
Por: Redação
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Foto: Reprodução | Redes sociais
Foto: Reprodução | Redes sociais

Sete pessoas morreram durante uma operação da Polícia Militar do Amapá na madrugada deste domingo (4), no bairro do Pantanal, zona norte de Macapá. De acordo com o boletim de ocorrência, após uma tentativa de abordagem, houve troca de tiros entre policiais da Patamo e os ocupantes de um carro suspeito, que resultou na morte dos sete indivíduos.

Na vistoria realizada no veículo, foram encontradas armas, munições, drogas e dinheiro. A ocorrência foi apresentada no Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) do Pacoval.

Em comunicado oficial, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que o caso está sendo apurado com rigor e imparcialidade. Um dos mortos foi identificado como Erick Marlon Pimentel Ferreira, apontado como liderança do tráfico de drogas na zona norte de Macapá e com extensa ficha criminal.

A polícia detalhou as apreensões realizadas durante a operação:

  • 1 espingarda calibre 12 com numeração raspada, contendo 3 munições intactas;

  • 1 pistola calibre .45 com numeração raspada, com 1 carregador e 1 munição intacta;

  • 1 pistola calibre .40 da Polícia Civil do Amapá com 4 munições intactas;

  • 1 pistola calibre 9mm com 1 carregador;

  • 1 revólver calibre .38 com 6 munições deflagradas;

  • 1 revólver calibre .32 com numeração raspada, contendo 4 munições deflagradas;

  • 1 revólver calibre .22 com numeração raspada, contendo 6 munições deflagradas;

  • 90 porções de crack em pinos;

  • 1 porção grande de cocaína;

  • 1 porção grande de maconha;

  • 1 porção grande de pedra (crack);

  • R$ 650 em espécie.

Repercussão nas redes sociais

A população local questiona a versão da polícia, alegando que não houve confronto e que o grupo estava retornando de uma partida de futebol quando foi alvejado. Perfis nas redes sociais afirmam conhecer as vítimas e negam o envolvimento delas com o tráfico de drogas.

Entre os mortos está Wendel Cristian, ex-atleta do Ypiranga Clube, que atua no futebol profissional do estado. O clube publicou nota lamentando a morte do jogador.

A Ordem dos Advogados do Brasil no Amapá (OAB-AP) também se posicionou, emitindo uma nota de repúdio após uma advogada ser presa durante a ação. Segundo a OAB, a profissional foi algemada enquanto defendia os direitos de um dos mortos na ocorrência.

Veja nota: 

"A Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Amapá vem a público informar e esclarecer à população sobre os graves fatos ocorridos na madrugada deste domingo (04/05/2025), quando a advogada, membro da Comissão de Prerrogativas desta Seccional, foi detida e algemada enquanto defendia os direitos de um cidadão.

É importante que todos saibam que a prisão de um advogado só pode ocorrer em casos extremos de flagrante delito por crime inafiançável, como determina o Estatuto da Advocacia (Lei nº 8.906/94). O uso de algemas também só é permitido quando há real perigo ou risco de fuga, conforme já decidiu o Supremo Tribunal Federal.

Ressaltamos que os demais membros da Comissão de Prerrogativas estão acompanhando o caso desde a 1h da manhã deste domingo, oferecendo todo o suporte necessário à Advogada.

O Conselho Seccional foi convocado para uma reunião extraordinária onde serão definidas as medidas legais que serão tomadas em resposta à conduta dos policiais responsáveis por este ato.

A OAB-AP reafirma seu compromisso em defender não apenas os advogados, mas também os direitos de todos os cidadãos amapaenses. Quando um advogado é impedido de exercer sua função, é a própria justiça e o direito de defesa do cidadão que são violados.

Todo e qualquer abuso contra advogados no exercício de sua profissão será fortemente combatido por esta Seccional, pois defender as prerrogativas da advocacia significa defender o direito da população à justiça".

O boletim da Polícia Militar informa que o veículo em que o grupo estava colidiu com uma viatura da corporação, derrubando um policial que patrulhava de moto.

Após a colisão — ainda segundo a versão oficial —, os ocupantes do carro teriam iniciado disparos contra os militares, o que desencadeou o confronto armado.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado para socorrer os feridos, mas constatou a morte dos ocupantes ainda no local. O policial militar atingido também recebeu atendimento no local, com apoio de uma ambulância do Corpo de Bombeiros.

A Polícia Científica do Amapá realizou a perícia e fez a remoção dos corpos.

O documento oficial identificou 7 vítimas fatais envolvidas na ação:

  • Erick Marlon Pimentel Ferreira

  • Thiago Cardoso da Fonseca

  • Emanuel Braya Pimentel Ferreira

  • Wesley Jhonata Monteiro Ribeiro

  • Cleiton Ramon da Silva Pereira

  • Wendel Cristian Conceição Wanderley

  • Max Dias Toloza, de 14 anos

Após a repercussão do caso, o governador do Amapá, Clécio Luís, determinou o afastamento imediato dos policiais envolvidos. Em nota oficial, ele lamentou as mortes e garantiu rigor na apuração dos fatos.

A Corregedoria da Polícia Militar já iniciou as investigações.

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