A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (6) a Operação No Show, com o objetivo de desmontar uma organização criminosa transnacional envolvida no tráfico internacional de drogas. A quadrilha operava a partir dos estados do Amapá, São Paulo e Ceará, enviando cocaína principalmente para França, Portugal e Espanha.
Conforme as investigações, os criminosos recrutavam pessoas — conhecidas como “mulas” — para transportar a droga escondida no corpo. Os métodos incluíam a ingestão de cápsulas, inserção em cavidades corporais e fixação externa à pele. Essa prática coloca em risco tanto a vida dos transportadores quanto a segurança dos voos. Em um caso grave citado pela PF, uma “mula” sob efeito da droga tentou abrir a porta de um avião em pleno voo.
Ao todo, estão sendo cumpridos 25 mandados de prisão e 28 de busca e apreensão, expedidos pela 11ª Vara Federal do Ceará. Também foi solicitada a emissão de alertas vermelhos à Interpol para a captura de integrantes foragidos fora do país.
Durante as buscas no estado do Ceará, agentes apreenderam R$ 450 mil em espécie, 11 kg de cocaína e um veículo avaliado em mais de R$ 400 mil.
No Amapá, a operação foi realizada com o apoio da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE) da Polícia Civil. Foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão e 12 mandados de prisão preventiva em quatro municípios:
Macapá: 12 buscas e 9 prisões nos bairros Congós, Marabaixo, Muca, Alvorada, Beirol, Pedrinhas, Jardim Felicidade, Buritizal e Centro;
Santana: 1 mandado de busca;
Tartarugalzinho: 1 busca e 1 prisão;
Oiapoque: 5 buscas e 2 prisões.
No total, sete pessoas foram presas no estado, sendo cinco em Macapá e duas em Oiapoque. Em uma das residências, a PF apreendeu cerca de 1 kg de cocaína, uma arma de fogo e 250 munições de diversos calibres. O proprietário do material foi preso em flagrante por tráfico.
Segundo a investigação, os principais aliciadores da rede eram do Amapá e especializados em recrutar pessoas vulneráveis para atuarem como transportadores internacionais.
Os envolvidos responderão pelos crimes de tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico, organização criminosa e crime contra a segurança de transporte aéreo — com penas que podem somar mais de 20 anos de prisão.
O nome da operação, “No Show”, faz alusão à tática utilizada por integrantes da quadrilha de não embarcar em voos monitorados para confundir a vigilância policial.
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