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Câmeras em policiais no Amapá: avanço necessário ou gasto fora de hora?

Equipar agentes com tecnologia de monitoramento custaria mais de R$ 12 milhões ao estado; especialistas questionam se essa é a prioridade diante das carências estruturais da segurança pública.

07/05/2025 às 09h42
Por: Redação
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A imagem mostra uma câmera corporal acoplada ao uniforme de um agente policial. — Reprodução / SSP
A imagem mostra uma câmera corporal acoplada ao uniforme de um agente policial. — Reprodução / SSP

O debate sobre o uso de câmeras corporais em policiais militares e civis tem ganhado força em todo o Brasil. Estados como São Paulo já adotaram a tecnologia e relatam queda nas denúncias de abuso policial, aumento da transparência e redução na letalidade em operações. Mas, afinal, quanto custaria para os cofres públicos do Amapá implementar esse sistema — e seria essa uma prioridade no atual cenário da segurança pública local?

O custo da tecnologia
De acordo com contratos já firmados em outros estados, cada câmera corporal custa entre R$ 2.500 e R$ 4.000, dependendo do modelo e das funcionalidades (gravação contínua, transmissão em tempo real, armazenamento em nuvem, etc.). Além disso, há o custo com servidores de armazenamento de dados, manutenção, treinamento e eventual ampliação do sistema.

Para um cálculo básico:

  • Estima-se que o Amapá tenha cerca de 3.000 policiais na ativa (entre militares e civis).

  • Só para equipar todos com câmeras, seriam necessários aproximadamente R$ 9 milhões (considerando o preço médio de R$ 3.000 por câmera).

  • Acrescentando os custos anuais de operação e manutenção, o valor pode superar R$ 12 milhões no primeiro ano.

É prioridade?
Esse investimento precisa ser comparado a outras necessidades urgentes da segurança pública no estado. Por exemplo:

  • Renovação da frota de viaturas, muitas em condições precárias.

  • Melhorias salariais e benefícios para os policiais.

  • Ampliação do efetivo, já que muitos batalhões e delegacias operam com número reduzido de agentes.

  • Modernização de delegacias, que enfrentam falta de materiais básicos.

Para alguns especialistas, investir em câmeras antes de resolver esses gargalos seria “passar o carro na frente dos bois”. A tecnologia pode ajudar, sim, mas não resolve problemas estruturais, como a baixa capacidade de investigação, a falta de inteligência policial e a carência de policiamento ostensivo nas ruas.

Reflexão final
Em um estado com limitações orçamentárias como o Amapá, cada centavo investido precisa ser cuidadosamente planejado. Será que, neste momento, o investimento em câmeras corporais é o mais urgente? Ou seria mais prudente destinar recursos primeiro para reforçar a base da segurança pública?

A sociedade amapaense e os gestores públicos precisam debater juntos: transparência e modernização são fundamentais, mas sem esquecer que tecnologia sozinha não faz milagres.

 

REFERÊNCIAS DOS DADOS USADOS

 Estimativa de custo das câmeras corporais: baseada em contratos públicos já firmados em estados como São Paulo e Santa Catarina, disponíveis em fontes como o Portal da Transparência e reportagens do G1 e UOL.

Número aproximado de policiais no Amapá: extraído de relatórios públicos das secretarias estaduais e dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Exemplos de resultados em outros estados: reportagens publicadas no G1, Folha de S. Paulo e Agência Brasil, destacando os efeitos do uso das câmeras em São Paulo.

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